domingo, agosto 14, 2005

Doce. Ferido.
Deitado numa cama.
Num quente dia de verão.
Languido, quando a noite cai
Ouço histórias de fantasia
Sangro de dor, tecida como um fio
Dilacera-me o coração
Cego afugento uma paixão
Quais?
Quem dera o sonho
Cor-de-rosa
como pedaço de algodão tingido
Imaculado
Intocável
Virgem e puro
Cálido de amor
Quem dera ter vivido nessa outra vida



Enrolo-me agora entre cobertores e fantasia
Na tentativa de afugentar esta dor omnipresente de saber
Que não estou bem
Estou poluído e arranhado pela suja sociedade
Porque todos os pecados que esta sociedade me deu a beber
Ide para casa
Não vos quero ver mais
Somos bonitos mas ficamos tão feios de coração calado!
Como é tão feia esta gente do ocidente
Como falta tanto amor cá
Que posso eu fazer pela terra?
Que posso eu fazer pela terra?
Sou uma criança perdida
Sou uma criança do espaço perdida
Minha esperança nunca está
O despertador nunca tocou afinal
Sempre continuei no sonho contigo
Deixa-me continuar a dormir
Rodeado por xilofones, teares de seda amarela, borboletas e pirilampos



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