Uma rampa que nos dá a beleza do outro lado da porta
estou sozinho
estou sozinho nesta beleza
que quase sabe a esquisofrenia
uma vida que todos o assim me sinto preso
como uma prisão da mais negra tristeza
quase diria tristeza eterna
e sem ternura assim me cuida de mim
ensinando-me que nesta terra não só o negro vive
também as pombas esvoaçam em fantasias de paz imaculada
e o céu brilha em borroes de azul e vermelho como monet esculpido suavemente sob a paisagem de braga
e as pessoas antigas caminham nas ruas vazias
e as praças cheias fazem-me sentir sozinho
e os pores-do-sol e estrelas à noite ainda me fazem sentir homem
e as mulheres perdem-se como loucas em bares de vícios e coros
e os meninos cantam à volta da fogueira preparando-se para construir talvez um paraíso
sim, ainda tenho esperança neles
assim como os nossos pintores e escritores
e como os músicos que entre violinos e guitarras que compoem os sons do amanha
e assim me apatece desfazer neste dia melancolico
para que o futuro nunca cá presente me ensine a ver o que ainda não existe
como poderei eu, dado que os outros rejeitam em tom medieval a anarquia utópica
viver e amar acompanhado de outros corações humanos em paz e amor
sem que ódios e egoísmos existam
e no qual o hino seja a melodia que nos exalta até ao mais elevado prazer possível
no qual a orgásmica ideia de viver seja ela própria enaltecida pela sua mais vital naturalidade
e eu quero morrer deste mundo
e eu quero nascer nesse novo paraíso
quem me ouvirá neste blog a gritar por mais alguém que connosco (quem mais) viva a maravilha
e dessa soberba fantasia recriada um quadro de 6 biliões de habitantes seja talvez um dia realidade
talvez um dia eles acordem
talvez um dia eu também acorde
eu sei que amanhã abriremos um pouco mais os olhos
e, quem sabe, talvez os corações
e aí deixaremos de ser tímidos e carrancudos
um sorriso nascerá
vou abrir a porta...
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